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As bem aventuranças são um programa moderno de vida, afirmou o Papa
VATICANO, 30 Jan. 11 / 05:01 pm (ACI).- O Papa Bento XVI recordou este domingo durante a oração do Ángelus que recordou que as Bem aventuranças são um programa de vida para todo ser humano.
Ao falar das Bem aventuranças, o coração do Evangelho deste domingo, o Pontífice destacou que "não se trata de uma nova ideologia, mas de um ensinamento que vem do alto e toca a condição humana, justamente aquela que o Senhor, encarnando-se, quis assumir para salvá-la".
O Sermão da Montanha, explicou o Papa, "está dirigido a todo o mundo, no presente e no futuro, e somente pode ser compreendido e vivido no seguimento de Cristo, caminhando com Ele".
"As Bem aventuranças -continuou- são um novo programa de vida para liberar-se dos falsos valores do mundo e abrir-se aos verdadeiros bens. Em efeito, quando Deus consola, sacia a fome de justiça, seca as lágrimas dos afligidos, e além de recompensar a cada um de modo sensível, abre o Reino dos Céus".
Além disso o Papa fez notar como este programa de vida reflete “a vida do Filho de Deus que se deixa perseguir, desprezar até a morte, a fim de que a salvação seja concedida aos homens".
Mais adiante fez notar, citando um "antigo eremita", que não bastará só com o esforço humano e a própria vontade, pois "as bem-aventuranças são dons de Deus e devemos dar graças por estas e pelas recompensas que se derivam, o Reino dos Céus no século futuro, a consolação aqui, a plenitude de todo bem e misericórdia por parte de Deus".
Perto do fim da sua alocação o Papa invocou a Virgem Maria, "bem-aventurada por excelência", pedindo-lhe a força "de procurar o Senhor e segui-lo sempre, com alegria, pelos caminhos das Bem aventuranças
França diz não ao "matrimônio" homossexual
PARIS, 29 Jan. 11 / 12:30 pm (ACI/Europa Press).- O Conselho Constitucional francês decidiu que a proibição do matrimônio entre duas pessoas do mesmo sexo não viola a Constituição do país, e só o Parlamento pode decidir uma mudança na legislação, segundo a resolução publicada em sua página Web.
Os nove "Sábios" que o compõem recordaram que segundo os artigos 75 e 144 do Código Civil, "o matrimônio é a união de um homem e uma mulher". Além disso, o órgão francês indicou que o legislador, "no exercício de sua competência, estimou que a diferença de situação entre os casais do mesmo sexo e os casais compostos por um homem e uma mulher poderia justificar uma diferença de trato quanto às regras de direito da família".
"Não corresponde ao Conselho Constitucional substituir sua apreciação (do legislador) na hora de ter em conta esta diferença de situação", explicou o Conselho referindo-se ao Parlamento.
A resolução vem pelo recurso de inconstitucionalidade interposto por um casal de fato de lésbicas contra esses dois artigos pela falta de segurança jurídica de seus quatro filhos.
Corinne Cestino e Sophie Hasslauer, que vivem juntas há 14 anos, acreditam que o matrimônio "é a única solução para proteger seus filhos, poder compartilhar a autoridade parental, regular os problemas de herança e custódia ante o eventual falecimento de uma das duas", segundo o jornal Le Figaro.
Segundo uma sondagem publicada pelo Canal +, 58 por cento dos franceses se mostram favoráveis ao matrimônio homossexual, diante de 45 por cento registrado em 2006. A adoção de crianças por parte de um casal homossexual conseguiu a aceitação de 49 por cento contra 30 por cento contrários em 2001.
O matrimônio homossexual está permitido na Europa na Bélgica, Holanda, Noruega, Suécia e Espanha. No resto do mundo, este pode ser feito legalmente na África do Sul, Argentina, Canadá e alguns estados dos Estados Unidos.
Os nove "Sábios" que o compõem recordaram que segundo os artigos 75 e 144 do Código Civil, "o matrimônio é a união de um homem e uma mulher". Além disso, o órgão francês indicou que o legislador, "no exercício de sua competência, estimou que a diferença de situação entre os casais do mesmo sexo e os casais compostos por um homem e uma mulher poderia justificar uma diferença de trato quanto às regras de direito da família".
"Não corresponde ao Conselho Constitucional substituir sua apreciação (do legislador) na hora de ter em conta esta diferença de situação", explicou o Conselho referindo-se ao Parlamento.
A resolução vem pelo recurso de inconstitucionalidade interposto por um casal de fato de lésbicas contra esses dois artigos pela falta de segurança jurídica de seus quatro filhos.
Corinne Cestino e Sophie Hasslauer, que vivem juntas há 14 anos, acreditam que o matrimônio "é a única solução para proteger seus filhos, poder compartilhar a autoridade parental, regular os problemas de herança e custódia ante o eventual falecimento de uma das duas", segundo o jornal Le Figaro.
Segundo uma sondagem publicada pelo Canal +, 58 por cento dos franceses se mostram favoráveis ao matrimônio homossexual, diante de 45 por cento registrado em 2006. A adoção de crianças por parte de um casal homossexual conseguiu a aceitação de 49 por cento contra 30 por cento contrários em 2001.
O matrimônio homossexual está permitido na Europa na Bélgica, Holanda, Noruega, Suécia e Espanha. No resto do mundo, este pode ser feito legalmente na África do Sul, Argentina, Canadá e alguns estados dos Estados Unidos.
Ex-diretora de clínica de abortos narra sua conversão ao catolicismo e à causa pró-vida
WASHINGTON DC, 17 Jan. 11 / 11:19 am (ACI).- "UnPlanned" (Não planejado) é o livro no qual a ativista pró-vida Abby Johnson detalha como deixou seu trabalho de diretora de uma clínica de abortos da cadeia Planned Parenthood (PP) para converter-se em defensora da vida e abraçar a fé católica.Johnson se converteu em figura pública em novembro de 2009 quando um juiz descartou um processo da Planned Parenthood que pretendia silenciá-la. A imprensa americana divulgou sua surpreendente mudança e hoje seu testemunho permite salvar vidas de não-nascidos nos Estados Unidos.Apesar dos problemas legais e ataques pessoais de seus ex-empregadores, Johnson narra sua história completa no livro publicado pela Ignatius Press que vem sendo vendido em livrarias locais desde o 11 de janeiro.No volume, Johnson explica por que deixou a indústria do aborto para formar parte do movimento pró-vida, rechaçar inclusive a anticoncepção e abraçar a fé católica.Johnson começou como voluntária na PP e chegou a dirigir a clínica de abortos Bryan/College Station, Texas (Estados Unidos).Ela mesma se submeteu a dois abortos e sofria em silêncio enquanto seus empregadores exigiam que ela alcançasse as cotas de abortos na clínica e aceitava sem questionamentos a ideologia da PP sobre o falso "direito ao aborto".O que suscitou sua conversão foi a experiência de ver em um monitor de ultra-som como era abortado um não-nascido de 13 semanas.Em uma ocasião pediram a Abby que ela ajudasse em um aborto devido a escassez de pessoal em setembro de 2009. Esses minutos trocaram sua vida para sempre. Ela pensava que o bebê era incapaz de sentir algo com tão poucas semanas de concebido, mas conta que viu como ele se retorcia e fugia do tubo que o aspirava."Logo se desmanchou e começou a desaparecer dentro da cânula ante meus olhos", recorda Johnson e acrescenta que o último que viu foi "como sua pequena espinha dorsal, perfeitamente formada era sugada pelo tubo, e que logo já não estava lá".Em uma entrevista concedida ao grupo ACI em 11 de janeiro, Johnson assinalou que deixou seu trabalho e se uniu ao movimento pró-vida para ajudar as mulheres a entenderem a verdade sobre o aborto e não para converter-se em uma figura pública. Foi por causa da Planned Parenthood e não da Coalizão pela Vida, movimento que a acolheu, que Johnson decidiu publicar sua história.A transnacional abortista abriu uma batalha legal contra Johnson para que ela não falasse de seu ex-trabalho e foi a organização anti-vida a que levou seu caso à imprensa."Isto não foi o que planejei para minha vida. Mas Deus o preparou para mim e seria incorreto afastar-se de algo que Ele quis para minha vida", sustenta Johnson e assegura que junto ao seu marido cresceram em sua fé durante todo este ano e se preparam para entrar na Igreja Católica.Um dos últimos obstáculos que encontrou no curso de sua conversão ao catolicismo, foi aceitar o ensino da Igreja sobre o controle da natalidade. Entretanto, Johnson assinala que ter estudado com "mente aberta" o pensamento de João Paulo II e outras fontes de ensino da Igreja, junto a uma experiência pessoal enquanto rezava em uma igreja, a fez compreender a plenitude do ensinamento da Igreja sobre a sexualidade
A Igreja necessita de sacerdotes bem preparados, diz Bento XVI
O Papa Bento XVI ressaltou, aos membros do Pontifício Instituto Eclesiástico Polonês em Roma, recebidos em audiência na manhã, desta segunda-feira, 17, a importância da boa preparação dos futuros sacerdotes. “A Igreja necessita de sacerdotes bem preparados, ricos daquela sabedoria que se adquire na amizade com o Senhor Jesus, atingida constantemente na celebração eucarística e na fonte inesgotável de seu Evangelho”, afirmou.Acesse.: Discurso do Papa à comunidade do Instituto polonês“A busca pela Verdade, para vocês, que como sacerdotes vivem esta peculiar experiência romana, estimulados e enriquecidos pela proximidade com a Sede Apostólica, compete um específico e universal serviço à comunhão católica na verdade e na caridade”, enfatizou o Pontífice.O Santo Padre ressaltou que, no decorrer de sua história, a Instituição, que comemora seu centenário, foi capaz de desfrutar da preocupação e carinho de vários pontífices, “entre os quais recordamos, de maneira mais próxima a nós, o Servo de Deus Paulo VI e, naturalmente, o futuro beato, o venerável Servo de Deus João Paulo II, que a visitou em 1980 e destacou o seu grande significado para a Igreja e para o povo polonês”, disse.O amor e a devoção para com a figura de Pedro, disse Bento XVI, impulsiona os sacerdotes a servirem generosamente toda a Igreja. “Permanecer ligados a Pedro, no coração da Igreja, significa reconhecer, plenos de gratidão, de estar inserido em uma plurissecular e fecunda história de salvação, que por uma multiforme graça vos foi alcançado e a qual sois chamados a participar ativamente, até que, como uma árvore madura, leve sempre seus preciosos frutos”, declarou.Inaugurado solenemente em 13 de novembro de 1910, pelo monsenhor Sapieha, que mais tarde se tornou Cardeal Arcebispo de Cracóvia, o Instituto oferece, aos sacerdotes poloneses, como destacou o Papa, um ambiente idôneo para o estudo e fraternidade, durante o período de formação em Roma.
BÍBLIA E CRUCIFIXO JOGADOS FORA
Em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez mudanças em seu gabinete. Substituiu um computador por um laptop e retirou a Bíblia da mesa e o crucifixo da parede.
Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas.
A presidente também trocou móveis para deixar o ambiente “mais confortável”. Os estofados coral, usados no Palácio do Catete no governo Vargas, foram substituídos por poltronas e um sofá da linha Navona, do arquiteto Sergio Rodrigues.
Relacionamento com MinistrosA presidente não tolera atrasos. Pede objetividade e não gosta de expressões como “eu acho”. Apesar do estilo rígido, um interlocutor que acompanhou os primeiros dias de Lula no poder diz que a sensação é de que Dilma está “mais à vontade”.No período inicial, uma semelhança entre eles: Lula priorizou a agenda interna. Dilma faz o mesmo ao ter o trabalho dominado por reuniões com ministros.(Folha de SP)
Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas.
A presidente também trocou móveis para deixar o ambiente “mais confortável”. Os estofados coral, usados no Palácio do Catete no governo Vargas, foram substituídos por poltronas e um sofá da linha Navona, do arquiteto Sergio Rodrigues.
Relacionamento com MinistrosA presidente não tolera atrasos. Pede objetividade e não gosta de expressões como “eu acho”. Apesar do estilo rígido, um interlocutor que acompanhou os primeiros dias de Lula no poder diz que a sensação é de que Dilma está “mais à vontade”.No período inicial, uma semelhança entre eles: Lula priorizou a agenda interna. Dilma faz o mesmo ao ter o trabalho dominado por reuniões com ministros.(Folha de SP)
Os dez mandamentos do casal
Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou os Dez Mandamentos do Casal.
Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.
1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo.
A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura..."
2. Nunca gritar um com o outro.
A não ser que a casa esteja pegando fogo.
Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria (...) Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.
3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro.
Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine.
Discussão no casamento é sinônimo de "guerra" ; uma luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral"; dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.
4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor.
A outra parte tem que entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado.
A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos.
Toda vez que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isto não ocorra nos momentos de discussão. Nestas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta, e tudo de mau pode acontecer, em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas.
Nos tempos horríveis da "guerra fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "a paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade". Ora, se isto é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo, "primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz." Portanto, para haver vida no casamento, é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.
6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge.
Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.
7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo.
Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução.
Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem.
Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa.
Muitos têm reservas enormes de ternura, mas esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isto também com palavras. Especialmente para as mulheres, isto tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância.
Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "eu te amo", "você é muito importante para mim", "sem você eu não teria conseguido vencer este problema", "a tua presença é importante para mim"; "tuas palavras me ajudam a viver"... Diga isto ao outro com toda sinceridade toda vez que experimentar o auxílio edificante dele.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.
Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta, consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isto é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!
10. Quando um não quer, dois não brigam.
É a sabedoria popular que ensina isto. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será "não por lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes será por um abraço carinhoso, ou por uma palavra amiga.
Todos nós temos a necessidade de um "bode expiatório" quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, "pegar alguém para Cristo", a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isto é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam "pagando o pato" as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Às vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.
Temos que nos vigiar e policiar nestas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc; mas, em casa, onde somos "familiares", o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isto não aconteça. Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo.
É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o "alimento" e o "oxigênio" mais importante para os filhos. Na Encíclica Redemptor Hominis, o Papa João Paulo II disse algo marcante:
"O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente". (RH,10)
Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.
O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o Cântico dos Cânticos:
"...o amor é forte como a morte...
Suas centelhas são centelhas de fogo,
uma chama divina.
As torrentes não poderiam extinguir o amor,
nem os rios o poderiam submergir." (Ct 8,6-7)
Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade?
Seria mais coerente dizer que o "verdadeiro" amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: "nós matamos o nosso amor?"
O poeta cristão Paul Claudel resumiu de maneira bela a grandeza da vida do casal:
"O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento."
Do livro: FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA Prof. Felipe Aquino
Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.
1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo.
A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura..."
2. Nunca gritar um com o outro.
A não ser que a casa esteja pegando fogo.
Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria (...) Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.
3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro.
Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine.
Discussão no casamento é sinônimo de "guerra" ; uma luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral"; dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.
4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor.
A outra parte tem que entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado.
A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos.
Toda vez que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isto não ocorra nos momentos de discussão. Nestas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta, e tudo de mau pode acontecer, em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas.
Nos tempos horríveis da "guerra fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "a paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade". Ora, se isto é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo, "primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz." Portanto, para haver vida no casamento, é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.
6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge.
Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.
7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo.
Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução.
Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem.
Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa.
Muitos têm reservas enormes de ternura, mas esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isto também com palavras. Especialmente para as mulheres, isto tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância.
Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "eu te amo", "você é muito importante para mim", "sem você eu não teria conseguido vencer este problema", "a tua presença é importante para mim"; "tuas palavras me ajudam a viver"... Diga isto ao outro com toda sinceridade toda vez que experimentar o auxílio edificante dele.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.
Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta, consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isto é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!
10. Quando um não quer, dois não brigam.
É a sabedoria popular que ensina isto. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será "não por lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes será por um abraço carinhoso, ou por uma palavra amiga.
Todos nós temos a necessidade de um "bode expiatório" quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, "pegar alguém para Cristo", a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isto é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam "pagando o pato" as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Às vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.
Temos que nos vigiar e policiar nestas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc; mas, em casa, onde somos "familiares", o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isto não aconteça. Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo.
É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o "alimento" e o "oxigênio" mais importante para os filhos. Na Encíclica Redemptor Hominis, o Papa João Paulo II disse algo marcante:
"O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente". (RH,10)
Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.
O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o Cântico dos Cânticos:
"...o amor é forte como a morte...
Suas centelhas são centelhas de fogo,
uma chama divina.
As torrentes não poderiam extinguir o amor,
nem os rios o poderiam submergir." (Ct 8,6-7)
Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade?
Seria mais coerente dizer que o "verdadeiro" amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: "nós matamos o nosso amor?"
O poeta cristão Paul Claudel resumiu de maneira bela a grandeza da vida do casal:
"O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento."
Do livro: FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA Prof. Felipe Aquino
Pessoas religiosas são muito mais felizes, apontam pesquisadores
A correlação positiva entre a religiosidade e satisfação geral com a vida é bem conhecida dos pesquisadores há muito tempo.
Procurando conhecer mais a fundo esse fenômeno, cientistas agora afirmam que há um "ingrediente secreto" na religião que torna as pessoas mais felizes.
"Nosso estudo fornece indícios de que são os aspectos sociais da religião, em vez da teologia ou da espiritualidade, que conduz à satisfação com a vida," afirma Chaeyoon Lim, sociólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos.
"Em particular, nós descobrimos que as amizades construídas nas congregações religiosas são o ingrediente secreto da religião que faz as pessoas felizes," propõe o pesquisador.
Felicidade na religião
Segundo o estudo, 33 por cento das pessoas que frequentam templos e igrejas semanalmente e que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua igreja relatam ser "extremamente satisfeitos" com as suas vidas.
"Extremamente satisfeito" é definido como um 10 em uma escala que varia de 1 a 10.
Em comparação, apenas 19 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos semanalmente, mas que não têm amigos íntimos em sua igreja relatam estar extremamente satisfeitos com a vida.
Por outro lado, 23 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos apenas algumas vezes por ano, mas que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua congregação são extremamente satisfeitos com suas vidas.
Finalmente, 19 por cento das pessoas que nunca frequentam serviços religiosos e, portanto, não têm amigos ligados à igreja, afirmam que estão extremamente satisfeitos com suas vidas.
"Para mim, as evidências confirmam que não é realmente ir à igreja e ouvir sermões ou rezar o que torna as pessoas mais felizes, mas fazer amigos com base na igreja e construir redes sociais íntimas lá", disse Lopes.
Tradições
Lopes e seu colega Robert Putnam usaram dados de uma pesquisa nacional sobre religião realizada nos Estados Unidos em 2006 e 2007.
Os resultados do estudo são aplicáveis às três principais tradições cristãs - católicos, protestantes das igrejas reformadas e evangélicos.
"Nós também encontramos padrões semelhantes entre os judeus e os mórmons, mesmo com um tamanho de amostra muito menor", disse Lopes, ressaltando que não havia muçulmanos ou budistas suficientes no conjunto de dados para testar o modelo para esses grupos.
***
Minha experiência pessoal coloca a teologia e a espiritualidade no mesmo nível da satisfação social.
FONTE: Diario da Saúde
http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/20059-pessoas-religiosas-sao-muito-mais-felizes-apontam-pesquisadores
Procurando conhecer mais a fundo esse fenômeno, cientistas agora afirmam que há um "ingrediente secreto" na religião que torna as pessoas mais felizes.
"Nosso estudo fornece indícios de que são os aspectos sociais da religião, em vez da teologia ou da espiritualidade, que conduz à satisfação com a vida," afirma Chaeyoon Lim, sociólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos.
"Em particular, nós descobrimos que as amizades construídas nas congregações religiosas são o ingrediente secreto da religião que faz as pessoas felizes," propõe o pesquisador.
Felicidade na religião
Segundo o estudo, 33 por cento das pessoas que frequentam templos e igrejas semanalmente e que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua igreja relatam ser "extremamente satisfeitos" com as suas vidas.
"Extremamente satisfeito" é definido como um 10 em uma escala que varia de 1 a 10.
Em comparação, apenas 19 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos semanalmente, mas que não têm amigos íntimos em sua igreja relatam estar extremamente satisfeitos com a vida.
Por outro lado, 23 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos apenas algumas vezes por ano, mas que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua congregação são extremamente satisfeitos com suas vidas.
Finalmente, 19 por cento das pessoas que nunca frequentam serviços religiosos e, portanto, não têm amigos ligados à igreja, afirmam que estão extremamente satisfeitos com suas vidas.
"Para mim, as evidências confirmam que não é realmente ir à igreja e ouvir sermões ou rezar o que torna as pessoas mais felizes, mas fazer amigos com base na igreja e construir redes sociais íntimas lá", disse Lopes.
Tradições
Lopes e seu colega Robert Putnam usaram dados de uma pesquisa nacional sobre religião realizada nos Estados Unidos em 2006 e 2007.
Os resultados do estudo são aplicáveis às três principais tradições cristãs - católicos, protestantes das igrejas reformadas e evangélicos.
"Nós também encontramos padrões semelhantes entre os judeus e os mórmons, mesmo com um tamanho de amostra muito menor", disse Lopes, ressaltando que não havia muçulmanos ou budistas suficientes no conjunto de dados para testar o modelo para esses grupos.
***
Minha experiência pessoal coloca a teologia e a espiritualidade no mesmo nível da satisfação social.
FONTE: Diario da Saúde
http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/20059-pessoas-religiosas-sao-muito-mais-felizes-apontam-pesquisadores
O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso
Pe. Alex Barbosa de Brito, EP - 2010/12/29 - Gaudium Press
O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso. Porque provém de Deus e para ele caminha, o homem só vive uma vida plenamente humana se viver livremente sua relação com Deus. O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade:
"Quando eu estiver inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por inteiro, minha vida será verdadeira" (Santo Agostinho., Conf. 10,28,39). (CATECISMO, 2001: 26)
"O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso" (CATECISMO, 2001: 26). Por natureza porque tendo sede do infinito, nunca se satisfaz inteiramente com as criaturas que se lhe apresentam pelos sentidos, por serem estas relativas e finitas. O homem tem sede natural de algo absoluto e transcendente que o tome por inteiro, em todas as suas potências, e na própria essência mesma de sua alma de modo eterno e infinito.
Por vocação, pois se o mesmo Deus criou a humanidade com esse instinto que a estimula a procurá-lo é porque de fato deseja que o faça, visto ser próprio da Sabedoria Divina não fazer nada sem uma finalidade. Esse desejo do absoluto no homem constitui, portanto, um chamado posto em sua própria natureza, sendo um sinal infalível de sua vocação religiosa.
Levando em consideração o que foi dito acima, fica fácil compreendermos o que é afirmado no parágrafo seguinte: "O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade". (CATECISMO, 2001: 26)
Eis o que demonstra a este respeito São Tomás:
"A beatitude última e perfeita, não pode estar senão na visão da divina essência, para a evidência do que duas cousas se devem considerar. A primeira é que o homem não é perfeitamente feliz, enquanto lhe resta algo a desejar e a buscar. A segunda é que a perfeição é relativa à natureza do seu objecto. Ora, o objecto do intelecto é a quididade, i.é, a essência da cousa, como diz Aristóteles. Por onde, a perfeição do intelecto esta na razão directa do seu conhecimento da essência de uma cousa. De um intelecto, pois, que conhece a essência de um efeito sem poder conhecer, por ele, o que a causa essencialmente é, não se diz que atinge a causa em sim mesma, embora possa, pelo efeito, saber se ela existe. Por onde, permanece naturalmente no homem o desejo de também saber o que é a causa, depois de conhecido o efeito e de sabido que tem causa. E tal desejo é o de admiração e provoca a indagação, como diz Aristóteles. [...] Se, pois, o intelecto humano, conhecendo a essência de um efeito criado, somente souber que Deus existe, a sua perfeição ainda não atingiu a causa primeira. E assim, terá sua perfeição pela união com Deus como o objeto em que só consiste a beatitude do homem conforme já se disse". (AQUINO, I-II Q. 3, A. 8, REP, 1980: 1057 , grifo nosso)
Entretanto, embora Deus tenha criado a humanidade com tais anseios naturais, estes são insuficientes para produzir de um modo perfeito esta relação, pela incapacidade da natureza humana acrescida pelas consequências do pecado original. É o que afirma o Doutor Angélico a respeito da Doutrina Sagrada:
"Para a salvação do homem, é necessária uma doutrina, conforme à revelação divina, além das filosóficas, pesquisadas pela razão humana. Porque, primeiramente o homem é por Deus ordenado a um fim que lhe excede a compreensão racional [...]. Ora, o fim deve ser previamente conhecido pelos homens, que para ele têm de ordenar as intenções e atos. De sorte que, para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, tornarem-se-lhe conhecidas certas verdades superiores à razão. Mas também, naquilo que de Deus pode ser investigado pela razão humana, foi necessário ser o homem instruído pela revelação divina. Porque a verdade sobre Deus, exarada pela razão, por poucos chegaria aos homens, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros". ( AQUINO, I Q. 1, A1, REP, 1980: 2)
Faz-se necessária, portanto, uma intervenção da própria Divindade, revelando-se em seu Mistério Trinitário como afirma o Catecismo (2001: 27):
"Mediante a razão natural, o homem pode conhecer a Deus com certeza a partir de suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento que o homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças, a da Revelação divina (Cf. Conc. Vaticano I: DS 3015). Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. Fá-lo revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo".
A respeito da finalidade dessa Revelação, eis o que acrescenta a mesma obra:
"Deus, que 'habita uma luz inacessível' (1Tm 6,16), quer comunicar sua própria vida divina aos homens, criados livremente por ele, para fazer deles, no seu Filho único, filhos adotivos (Cf. Ef 1,4-5). Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos". (CATECISMO, 2001: 28).
Como se observa no trecho acima, o fim da Revelação consiste no fato de o homem participar da própria vida divina, com os devidos socorros de Deus para torná-lo capaz de empresa tão além de suas forças. Essa vida divina faz com que a natureza humana torne-se intimamente unida a Deus, através da adoção filial, por meio de Jesus Cristo.
O motivo da Revelação é o amor de Deus: "Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem". (CATECISMO, 2001: 32).
Qual deve ser a resposta do homem a esse amor que Deus lhe manifesta pela Revelação? Encontrá-la-emos novamente no Catecismo (2001: 48): "A resposta adequada a este convite é a fé. Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus".
Tal fé como fundamento da santidade traz como consequência o agir corretamente, como está no Catecismo (2001: 468): "Quem crê em Cristo torna-se Filho de Deus. Esta adoção filial o transforma, propiciando-lhe seguir o exemplo de Cristo. Ela torna-o capaz de agir corretamente e de praticar o bem".
E o efeito dessa fé posta em obras de perfeição só pode ser o que vem em seguida, no mesmo trecho: "Em união com seu Salvador, o discípulo alcança a perfeição da caridade, a santidade. Amadurecida na graça, a vida moral desabrocha em vida eterna na glória do céu". (CATECISMO, 2001: 468, grifo nosso)
Em decorrência do que foi exposto acima, torna-se evidente que a Revelação é uma conclamação à santidade pronunciada pelo próprio Deus, e tal conclamação se dirige à universalidade dos homens e mulheres:
Fique bem claro que todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos pois se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir seus passos, tornando-se conformes à sua imagem, obedecendo em tudo à vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos da santidade no povo de Deus. (LUMEN GENTIUM, 2007: 223, grifo nosso)
Em Cristo Jesus somos todos chamados a pertencer à Igreja e, pela graça de Deus, a alcançar a santidade. (LUMEN GENTIUM,2007: 231)
A finalidade para a qual a Igreja propõe alguns desses fiéis que alcançaram a plenitude da vida cristã e já receberam o prêmio da bem-aventurança eterna à veneração pública está no seguinte fato, expresso nos trechos abaixo:
"Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis propondo-os como modelos e intercessores". (CATECISMO, 2001: 238, grifo nosso)
"De fato, os que alcançaram a pátria e estão presentes ao Senhor, por ele, com ele e nele intercedem continuamente junto ao Pai. Fazem valer os méritos que obtiveram pelo único mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, por terem servido em tudo ao Senhor e completado em sua própria carne a paixão de Cristo, em favor do corpo, que é a Igreja. Sua fraternidade solícita é assim um precioso auxílio para a nossa fraqueza.[...]".
A Igreja também sempre acreditou que os apóstolos e mártires de Cristo que, derramando seu sangue, deram o testemunho supremo de fé e de amor, estão particularmente unidos a nós. Por isso os venera com particular distinção, juntamente com a santa Virgem Maria e os santos anjos implorando piedosamente o auxílio de sua intercessão. A eles se unem imediatamente os que imitaram mais de perto a castidade e a pobreza de Cristo, seguidos de todos aqueles que se santificaram pela prática das virtudes cristãs e cujo carisma os recomenda á piedosa devoção e à imitação dos fiéis.
Ao contemplarmos a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, somos estimulados a considerar sob uma nova luz a busca da cidade futura. Em meio às inúmeras veredas deste mundo, aprendemos o caminho certo para chegar à santidade, que consiste na perfeita união com Cristo, segundo o estado e a condição de cada um. Deus manifesta com clareza aos homens sua presença e sua face através da vida daqueles que, iguais a nós na humanidade, foram transformados de maneira mais perfeita segundo a imagem de Cristo. Por eles, Deus nos fala, dá-nos um sinal de seu reino e nos atrai para a verdade do Evangelho, por uma imensa quantidade de testemunhas". (LUMEN GENTIUM, pp. 233-234)
Entretanto, esta santidade que é em sua essência a mesma em todos aqueles que dela participam, manifesta formas acidentais diferentes na diversidade dos santos. Esta verdade vimo-la expressa no trecho supracitado do documento Lumen Gentium, no qual se percebe uma hierarquia e alteridade de santidades através da enumeração sintética das diversas classes de santos veneradas pela Igreja.
É o que encontramos em Saint-Laurent (1997: 47, grifo nosso):
"Reina entre os santos uma admirável variedade. A virtude de um rei, como São Luís IX, não é igual à de um mendigo voluntário, como São Bento José Labre. A perfeição de um velho, como o grande Santo Antão do Deserto, não é a de um jovem, como Santo Estanislau Kostka. A santidade de um leigo, não é a de um sacerdote ou de um bispo. Cada um desses heróis sublimes da vida cristã tem a sua própria fisionomia sobrenatural".
Existe, portanto, além de uma vocação à santidade que se refere à generalidade dos homens, um chamado específico para cada um, um modo de ser santo diverso para cada família de almas e para cada ser humano em sua individualidade.
Para finalizarmos este tópico citaremos uma bela passagem sobre este assunto de Garrigou-Lagrange (1938: 28-29), na qual ele dá uma definição de santidade de um modo bastante claro e expressivo, fazendo-a uma consequência lógica da vivência profunda e radical da fé, da qual procede o amor a Deus e ao próximo:
"Pode-se julgar a vida normal da santidade através de dois pontos de vista bem diferentes:
- Um, focalizando nossa natureza (...).
- Mas também tomando como referência os mistérios sobrenaturais da inabitação da Santíssima Trindade em nós, da Encarnação redentora e da Eucaristia.
Ora, esse último ponto de vista é o único que representa o juízo da sabedoria, per altissimam causam; o outro modo é pela ínfima causa [...]".
Se é verdade que a Santíssima Trindade habita em nós, que o Verbo se fez carne, que se oferece sacramentalmente por nós cada dia, na Missa e se dá a nós como alimento, se tudo isso é real, somente os santos que vivem dessa presença divina por conhecimento quase experimental frequente, e por um amor sempre crescente, em meio às obscuridades e dificuldades da vida, somente esses santos estão inteiramente em ordem. E a vida de íntima união com Deus, longe de se apresentar, no que tem de essencial, como coisa extraordinária em si, aparece como a única normal.
Antes de chegarmos a essa união, somos como pessoas ainda meio adormecidas, que não vivem suficientemente do tesouro imenso que nos foi dado, e das graças sempre novas concedidas aos que querem seguir generosamente a Nosso Senhor.
Por santidade entendemos uma união íntima com Deus, isto é, uma grande perfeição de amor de Deus e do próximo, perfeição que permanece sempre na vida normal, pois o preceito do amor não tem limites.
Para precisar ainda mais, diríamos que a santidade é o prelúdio normal imediato da vida no Céu, prelúdio que é realizado ou na Terra, antes da morte, ou no Purgatório, e que supõe que a alma está perfeitamente purificada, capaz de receber a visão beatífica.
Também percebemos no extrato acima que a condição normal da natureza humana é a santidade, pois, se por ordem entendemos a reta disposição das coisas segundo sua natureza e de acordo com determinado fim, devemos inferir que a verdadeira ordem para uma pessoa humana está na união com Deus, sua causa e sua finalidade.
Fonte: http://www.gaudiumpress.org/view/show/22237O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso
Pe. Alex Barbosa de Brito, EP - 2010/12/29 - Gaudium Press
O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso. Porque provém de Deus e para ele caminha, o homem só vive uma vida plenamente humana se viver livremente sua relação com Deus. O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade:
"Quando eu estiver inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por inteiro, minha vida será verdadeira" (Santo Agostinho., Conf. 10,28,39). (CATECISMO, 2001: 26)
"O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso" (CATECISMO, 2001: 26). Por natureza porque tendo sede do infinito, nunca se satisfaz inteiramente com as criaturas que se lhe apresentam pelos sentidos, por serem estas relativas e finitas. O homem tem sede natural de algo absoluto e transcendente que o tome por inteiro, em todas as suas potências, e na própria essência mesma de sua alma de modo eterno e infinito.
Por vocação, pois se o mesmo Deus criou a humanidade com esse instinto que a estimula a procurá-lo é porque de fato deseja que o faça, visto ser próprio da Sabedoria Divina não fazer nada sem uma finalidade. Esse desejo do absoluto no homem constitui, portanto, um chamado posto em sua própria natureza, sendo um sinal infalível de sua vocação religiosa.
Levando em consideração o que foi dito acima, fica fácil compreendermos o que é afirmado no parágrafo seguinte: "O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade". (CATECISMO, 2001: 26)
Eis o que demonstra a este respeito São Tomás:
"A beatitude última e perfeita, não pode estar senão na visão da divina essência, para a evidência do que duas cousas se devem considerar. A primeira é que o homem não é perfeitamente feliz, enquanto lhe resta algo a desejar e a buscar. A segunda é que a perfeição é relativa à natureza do seu objecto. Ora, o objecto do intelecto é a quididade, i.é, a essência da cousa, como diz Aristóteles. Por onde, a perfeição do intelecto esta na razão directa do seu conhecimento da essência de uma cousa. De um intelecto, pois, que conhece a essência de um efeito sem poder conhecer, por ele, o que a causa essencialmente é, não se diz que atinge a causa em sim mesma, embora possa, pelo efeito, saber se ela existe. Por onde, permanece naturalmente no homem o desejo de também saber o que é a causa, depois de conhecido o efeito e de sabido que tem causa. E tal desejo é o de admiração e provoca a indagação, como diz Aristóteles. [...] Se, pois, o intelecto humano, conhecendo a essência de um efeito criado, somente souber que Deus existe, a sua perfeição ainda não atingiu a causa primeira. E assim, terá sua perfeição pela união com Deus como o objeto em que só consiste a beatitude do homem conforme já se disse". (AQUINO, I-II Q. 3, A. 8, REP, 1980: 1057 , grifo nosso)
Entretanto, embora Deus tenha criado a humanidade com tais anseios naturais, estes são insuficientes para produzir de um modo perfeito esta relação, pela incapacidade da natureza humana acrescida pelas consequências do pecado original. É o que afirma o Doutor Angélico a respeito da Doutrina Sagrada:
"Para a salvação do homem, é necessária uma doutrina, conforme à revelação divina, além das filosóficas, pesquisadas pela razão humana. Porque, primeiramente o homem é por Deus ordenado a um fim que lhe excede a compreensão racional [...]. Ora, o fim deve ser previamente conhecido pelos homens, que para ele têm de ordenar as intenções e atos. De sorte que, para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, tornarem-se-lhe conhecidas certas verdades superiores à razão. Mas também, naquilo que de Deus pode ser investigado pela razão humana, foi necessário ser o homem instruído pela revelação divina. Porque a verdade sobre Deus, exarada pela razão, por poucos chegaria aos homens, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros". ( AQUINO, I Q. 1, A1, REP, 1980: 2)
Faz-se necessária, portanto, uma intervenção da própria Divindade, revelando-se em seu Mistério Trinitário como afirma o Catecismo (2001: 27):
"Mediante a razão natural, o homem pode conhecer a Deus com certeza a partir de suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento que o homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças, a da Revelação divina (Cf. Conc. Vaticano I: DS 3015). Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. Fá-lo revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo".
A respeito da finalidade dessa Revelação, eis o que acrescenta a mesma obra:
"Deus, que 'habita uma luz inacessível' (1Tm 6,16), quer comunicar sua própria vida divina aos homens, criados livremente por ele, para fazer deles, no seu Filho único, filhos adotivos (Cf. Ef 1,4-5). Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos". (CATECISMO, 2001: 28).
Como se observa no trecho acima, o fim da Revelação consiste no fato de o homem participar da própria vida divina, com os devidos socorros de Deus para torná-lo capaz de empresa tão além de suas forças. Essa vida divina faz com que a natureza humana torne-se intimamente unida a Deus, através da adoção filial, por meio de Jesus Cristo.
O motivo da Revelação é o amor de Deus: "Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem". (CATECISMO, 2001: 32).
Qual deve ser a resposta do homem a esse amor que Deus lhe manifesta pela Revelação? Encontrá-la-emos novamente no Catecismo (2001: 48): "A resposta adequada a este convite é a fé. Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus".
Tal fé como fundamento da santidade traz como consequência o agir corretamente, como está no Catecismo (2001: 468): "Quem crê em Cristo torna-se Filho de Deus. Esta adoção filial o transforma, propiciando-lhe seguir o exemplo de Cristo. Ela torna-o capaz de agir corretamente e de praticar o bem".
E o efeito dessa fé posta em obras de perfeição só pode ser o que vem em seguida, no mesmo trecho: "Em união com seu Salvador, o discípulo alcança a perfeição da caridade, a santidade. Amadurecida na graça, a vida moral desabrocha em vida eterna na glória do céu". (CATECISMO, 2001: 468, grifo nosso)
Em decorrência do que foi exposto acima, torna-se evidente que a Revelação é uma conclamação à santidade pronunciada pelo próprio Deus, e tal conclamação se dirige à universalidade dos homens e mulheres:
Fique bem claro que todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos pois se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir seus passos, tornando-se conformes à sua imagem, obedecendo em tudo à vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos da santidade no povo de Deus. (LUMEN GENTIUM, 2007: 223, grifo nosso)
Em Cristo Jesus somos todos chamados a pertencer à Igreja e, pela graça de Deus, a alcançar a santidade. (LUMEN GENTIUM,2007: 231)
A finalidade para a qual a Igreja propõe alguns desses fiéis que alcançaram a plenitude da vida cristã e já receberam o prêmio da bem-aventurança eterna à veneração pública está no seguinte fato, expresso nos trechos abaixo:
"Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis propondo-os como modelos e intercessores". (CATECISMO, 2001: 238, grifo nosso)
"De fato, os que alcançaram a pátria e estão presentes ao Senhor, por ele, com ele e nele intercedem continuamente junto ao Pai. Fazem valer os méritos que obtiveram pelo único mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, por terem servido em tudo ao Senhor e completado em sua própria carne a paixão de Cristo, em favor do corpo, que é a Igreja. Sua fraternidade solícita é assim um precioso auxílio para a nossa fraqueza.[...]".
A Igreja também sempre acreditou que os apóstolos e mártires de Cristo que, derramando seu sangue, deram o testemunho supremo de fé e de amor, estão particularmente unidos a nós. Por isso os venera com particular distinção, juntamente com a santa Virgem Maria e os santos anjos implorando piedosamente o auxílio de sua intercessão. A eles se unem imediatamente os que imitaram mais de perto a castidade e a pobreza de Cristo, seguidos de todos aqueles que se santificaram pela prática das virtudes cristãs e cujo carisma os recomenda á piedosa devoção e à imitação dos fiéis.
Ao contemplarmos a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, somos estimulados a considerar sob uma nova luz a busca da cidade futura. Em meio às inúmeras veredas deste mundo, aprendemos o caminho certo para chegar à santidade, que consiste na perfeita união com Cristo, segundo o estado e a condição de cada um. Deus manifesta com clareza aos homens sua presença e sua face através da vida daqueles que, iguais a nós na humanidade, foram transformados de maneira mais perfeita segundo a imagem de Cristo. Por eles, Deus nos fala, dá-nos um sinal de seu reino e nos atrai para a verdade do Evangelho, por uma imensa quantidade de testemunhas". (LUMEN GENTIUM, pp. 233-234)
Entretanto, esta santidade que é em sua essência a mesma em todos aqueles que dela participam, manifesta formas acidentais diferentes na diversidade dos santos. Esta verdade vimo-la expressa no trecho supracitado do documento Lumen Gentium, no qual se percebe uma hierarquia e alteridade de santidades através da enumeração sintética das diversas classes de santos veneradas pela Igreja.
É o que encontramos em Saint-Laurent (1997: 47, grifo nosso):
"Reina entre os santos uma admirável variedade. A virtude de um rei, como São Luís IX, não é igual à de um mendigo voluntário, como São Bento José Labre. A perfeição de um velho, como o grande Santo Antão do Deserto, não é a de um jovem, como Santo Estanislau Kostka. A santidade de um leigo, não é a de um sacerdote ou de um bispo. Cada um desses heróis sublimes da vida cristã tem a sua própria fisionomia sobrenatural".
Existe, portanto, além de uma vocação à santidade que se refere à generalidade dos homens, um chamado específico para cada um, um modo de ser santo diverso para cada família de almas e para cada ser humano em sua individualidade.
Para finalizarmos este tópico citaremos uma bela passagem sobre este assunto de Garrigou-Lagrange (1938: 28-29), na qual ele dá uma definição de santidade de um modo bastante claro e expressivo, fazendo-a uma consequência lógica da vivência profunda e radical da fé, da qual procede o amor a Deus e ao próximo:
"Pode-se julgar a vida normal da santidade através de dois pontos de vista bem diferentes:
- Um, focalizando nossa natureza (...).
- Mas também tomando como referência os mistérios sobrenaturais da inabitação da Santíssima Trindade em nós, da Encarnação redentora e da Eucaristia.
Ora, esse último ponto de vista é o único que representa o juízo da sabedoria, per altissimam causam; o outro modo é pela ínfima causa [...]".
Se é verdade que a Santíssima Trindade habita em nós, que o Verbo se fez carne, que se oferece sacramentalmente por nós cada dia, na Missa e se dá a nós como alimento, se tudo isso é real, somente os santos que vivem dessa presença divina por conhecimento quase experimental frequente, e por um amor sempre crescente, em meio às obscuridades e dificuldades da vida, somente esses santos estão inteiramente em ordem. E a vida de íntima união com Deus, longe de se apresentar, no que tem de essencial, como coisa extraordinária em si, aparece como a única normal.
Antes de chegarmos a essa união, somos como pessoas ainda meio adormecidas, que não vivem suficientemente do tesouro imenso que nos foi dado, e das graças sempre novas concedidas aos que querem seguir generosamente a Nosso Senhor.
Por santidade entendemos uma união íntima com Deus, isto é, uma grande perfeição de amor de Deus e do próximo, perfeição que permanece sempre na vida normal, pois o preceito do amor não tem limites.
Para precisar ainda mais, diríamos que a santidade é o prelúdio normal imediato da vida no Céu, prelúdio que é realizado ou na Terra, antes da morte, ou no Purgatório, e que supõe que a alma está perfeitamente purificada, capaz de receber a visão beatífica.
Também percebemos no extrato acima que a condição normal da natureza humana é a santidade, pois, se por ordem entendemos a reta disposição das coisas segundo sua natureza e de acordo com determinado fim, devemos inferir que a verdadeira ordem para uma pessoa humana está na união com Deus, sua causa e sua finalidade.
Fonte: http://www.gaudiumpress.org/view/show/22237
O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso. Porque provém de Deus e para ele caminha, o homem só vive uma vida plenamente humana se viver livremente sua relação com Deus. O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade:
"Quando eu estiver inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por inteiro, minha vida será verdadeira" (Santo Agostinho., Conf. 10,28,39). (CATECISMO, 2001: 26)
"O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso" (CATECISMO, 2001: 26). Por natureza porque tendo sede do infinito, nunca se satisfaz inteiramente com as criaturas que se lhe apresentam pelos sentidos, por serem estas relativas e finitas. O homem tem sede natural de algo absoluto e transcendente que o tome por inteiro, em todas as suas potências, e na própria essência mesma de sua alma de modo eterno e infinito.
Por vocação, pois se o mesmo Deus criou a humanidade com esse instinto que a estimula a procurá-lo é porque de fato deseja que o faça, visto ser próprio da Sabedoria Divina não fazer nada sem uma finalidade. Esse desejo do absoluto no homem constitui, portanto, um chamado posto em sua própria natureza, sendo um sinal infalível de sua vocação religiosa.
Levando em consideração o que foi dito acima, fica fácil compreendermos o que é afirmado no parágrafo seguinte: "O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade". (CATECISMO, 2001: 26)
Eis o que demonstra a este respeito São Tomás:
"A beatitude última e perfeita, não pode estar senão na visão da divina essência, para a evidência do que duas cousas se devem considerar. A primeira é que o homem não é perfeitamente feliz, enquanto lhe resta algo a desejar e a buscar. A segunda é que a perfeição é relativa à natureza do seu objecto. Ora, o objecto do intelecto é a quididade, i.é, a essência da cousa, como diz Aristóteles. Por onde, a perfeição do intelecto esta na razão directa do seu conhecimento da essência de uma cousa. De um intelecto, pois, que conhece a essência de um efeito sem poder conhecer, por ele, o que a causa essencialmente é, não se diz que atinge a causa em sim mesma, embora possa, pelo efeito, saber se ela existe. Por onde, permanece naturalmente no homem o desejo de também saber o que é a causa, depois de conhecido o efeito e de sabido que tem causa. E tal desejo é o de admiração e provoca a indagação, como diz Aristóteles. [...] Se, pois, o intelecto humano, conhecendo a essência de um efeito criado, somente souber que Deus existe, a sua perfeição ainda não atingiu a causa primeira. E assim, terá sua perfeição pela união com Deus como o objeto em que só consiste a beatitude do homem conforme já se disse". (AQUINO, I-II Q. 3, A. 8, REP, 1980: 1057 , grifo nosso)
Entretanto, embora Deus tenha criado a humanidade com tais anseios naturais, estes são insuficientes para produzir de um modo perfeito esta relação, pela incapacidade da natureza humana acrescida pelas consequências do pecado original. É o que afirma o Doutor Angélico a respeito da Doutrina Sagrada:
"Para a salvação do homem, é necessária uma doutrina, conforme à revelação divina, além das filosóficas, pesquisadas pela razão humana. Porque, primeiramente o homem é por Deus ordenado a um fim que lhe excede a compreensão racional [...]. Ora, o fim deve ser previamente conhecido pelos homens, que para ele têm de ordenar as intenções e atos. De sorte que, para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, tornarem-se-lhe conhecidas certas verdades superiores à razão. Mas também, naquilo que de Deus pode ser investigado pela razão humana, foi necessário ser o homem instruído pela revelação divina. Porque a verdade sobre Deus, exarada pela razão, por poucos chegaria aos homens, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros". ( AQUINO, I Q. 1, A1, REP, 1980: 2)
Faz-se necessária, portanto, uma intervenção da própria Divindade, revelando-se em seu Mistério Trinitário como afirma o Catecismo (2001: 27):
"Mediante a razão natural, o homem pode conhecer a Deus com certeza a partir de suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento que o homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças, a da Revelação divina (Cf. Conc. Vaticano I: DS 3015). Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. Fá-lo revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo".
A respeito da finalidade dessa Revelação, eis o que acrescenta a mesma obra:
"Deus, que 'habita uma luz inacessível' (1Tm 6,16), quer comunicar sua própria vida divina aos homens, criados livremente por ele, para fazer deles, no seu Filho único, filhos adotivos (Cf. Ef 1,4-5). Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos". (CATECISMO, 2001: 28).
Como se observa no trecho acima, o fim da Revelação consiste no fato de o homem participar da própria vida divina, com os devidos socorros de Deus para torná-lo capaz de empresa tão além de suas forças. Essa vida divina faz com que a natureza humana torne-se intimamente unida a Deus, através da adoção filial, por meio de Jesus Cristo.
O motivo da Revelação é o amor de Deus: "Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem". (CATECISMO, 2001: 32).
Qual deve ser a resposta do homem a esse amor que Deus lhe manifesta pela Revelação? Encontrá-la-emos novamente no Catecismo (2001: 48): "A resposta adequada a este convite é a fé. Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus".
Tal fé como fundamento da santidade traz como consequência o agir corretamente, como está no Catecismo (2001: 468): "Quem crê em Cristo torna-se Filho de Deus. Esta adoção filial o transforma, propiciando-lhe seguir o exemplo de Cristo. Ela torna-o capaz de agir corretamente e de praticar o bem".
E o efeito dessa fé posta em obras de perfeição só pode ser o que vem em seguida, no mesmo trecho: "Em união com seu Salvador, o discípulo alcança a perfeição da caridade, a santidade. Amadurecida na graça, a vida moral desabrocha em vida eterna na glória do céu". (CATECISMO, 2001: 468, grifo nosso)
Em decorrência do que foi exposto acima, torna-se evidente que a Revelação é uma conclamação à santidade pronunciada pelo próprio Deus, e tal conclamação se dirige à universalidade dos homens e mulheres:
Fique bem claro que todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos pois se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir seus passos, tornando-se conformes à sua imagem, obedecendo em tudo à vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos da santidade no povo de Deus. (LUMEN GENTIUM, 2007: 223, grifo nosso)
Em Cristo Jesus somos todos chamados a pertencer à Igreja e, pela graça de Deus, a alcançar a santidade. (LUMEN GENTIUM,2007: 231)
A finalidade para a qual a Igreja propõe alguns desses fiéis que alcançaram a plenitude da vida cristã e já receberam o prêmio da bem-aventurança eterna à veneração pública está no seguinte fato, expresso nos trechos abaixo:
"Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis propondo-os como modelos e intercessores". (CATECISMO, 2001: 238, grifo nosso)
"De fato, os que alcançaram a pátria e estão presentes ao Senhor, por ele, com ele e nele intercedem continuamente junto ao Pai. Fazem valer os méritos que obtiveram pelo único mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, por terem servido em tudo ao Senhor e completado em sua própria carne a paixão de Cristo, em favor do corpo, que é a Igreja. Sua fraternidade solícita é assim um precioso auxílio para a nossa fraqueza.[...]".
A Igreja também sempre acreditou que os apóstolos e mártires de Cristo que, derramando seu sangue, deram o testemunho supremo de fé e de amor, estão particularmente unidos a nós. Por isso os venera com particular distinção, juntamente com a santa Virgem Maria e os santos anjos implorando piedosamente o auxílio de sua intercessão. A eles se unem imediatamente os que imitaram mais de perto a castidade e a pobreza de Cristo, seguidos de todos aqueles que se santificaram pela prática das virtudes cristãs e cujo carisma os recomenda á piedosa devoção e à imitação dos fiéis.
Ao contemplarmos a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, somos estimulados a considerar sob uma nova luz a busca da cidade futura. Em meio às inúmeras veredas deste mundo, aprendemos o caminho certo para chegar à santidade, que consiste na perfeita união com Cristo, segundo o estado e a condição de cada um. Deus manifesta com clareza aos homens sua presença e sua face através da vida daqueles que, iguais a nós na humanidade, foram transformados de maneira mais perfeita segundo a imagem de Cristo. Por eles, Deus nos fala, dá-nos um sinal de seu reino e nos atrai para a verdade do Evangelho, por uma imensa quantidade de testemunhas". (LUMEN GENTIUM, pp. 233-234)
Entretanto, esta santidade que é em sua essência a mesma em todos aqueles que dela participam, manifesta formas acidentais diferentes na diversidade dos santos. Esta verdade vimo-la expressa no trecho supracitado do documento Lumen Gentium, no qual se percebe uma hierarquia e alteridade de santidades através da enumeração sintética das diversas classes de santos veneradas pela Igreja.
É o que encontramos em Saint-Laurent (1997: 47, grifo nosso):
"Reina entre os santos uma admirável variedade. A virtude de um rei, como São Luís IX, não é igual à de um mendigo voluntário, como São Bento José Labre. A perfeição de um velho, como o grande Santo Antão do Deserto, não é a de um jovem, como Santo Estanislau Kostka. A santidade de um leigo, não é a de um sacerdote ou de um bispo. Cada um desses heróis sublimes da vida cristã tem a sua própria fisionomia sobrenatural".
Existe, portanto, além de uma vocação à santidade que se refere à generalidade dos homens, um chamado específico para cada um, um modo de ser santo diverso para cada família de almas e para cada ser humano em sua individualidade.
Para finalizarmos este tópico citaremos uma bela passagem sobre este assunto de Garrigou-Lagrange (1938: 28-29), na qual ele dá uma definição de santidade de um modo bastante claro e expressivo, fazendo-a uma consequência lógica da vivência profunda e radical da fé, da qual procede o amor a Deus e ao próximo:
"Pode-se julgar a vida normal da santidade através de dois pontos de vista bem diferentes:
- Um, focalizando nossa natureza (...).
- Mas também tomando como referência os mistérios sobrenaturais da inabitação da Santíssima Trindade em nós, da Encarnação redentora e da Eucaristia.
Ora, esse último ponto de vista é o único que representa o juízo da sabedoria, per altissimam causam; o outro modo é pela ínfima causa [...]".
Se é verdade que a Santíssima Trindade habita em nós, que o Verbo se fez carne, que se oferece sacramentalmente por nós cada dia, na Missa e se dá a nós como alimento, se tudo isso é real, somente os santos que vivem dessa presença divina por conhecimento quase experimental frequente, e por um amor sempre crescente, em meio às obscuridades e dificuldades da vida, somente esses santos estão inteiramente em ordem. E a vida de íntima união com Deus, longe de se apresentar, no que tem de essencial, como coisa extraordinária em si, aparece como a única normal.
Antes de chegarmos a essa união, somos como pessoas ainda meio adormecidas, que não vivem suficientemente do tesouro imenso que nos foi dado, e das graças sempre novas concedidas aos que querem seguir generosamente a Nosso Senhor.
Por santidade entendemos uma união íntima com Deus, isto é, uma grande perfeição de amor de Deus e do próximo, perfeição que permanece sempre na vida normal, pois o preceito do amor não tem limites.
Para precisar ainda mais, diríamos que a santidade é o prelúdio normal imediato da vida no Céu, prelúdio que é realizado ou na Terra, antes da morte, ou no Purgatório, e que supõe que a alma está perfeitamente purificada, capaz de receber a visão beatífica.
Também percebemos no extrato acima que a condição normal da natureza humana é a santidade, pois, se por ordem entendemos a reta disposição das coisas segundo sua natureza e de acordo com determinado fim, devemos inferir que a verdadeira ordem para uma pessoa humana está na união com Deus, sua causa e sua finalidade.
Fonte: http://www.gaudiumpress.org/view/show/22237O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso
Pe. Alex Barbosa de Brito, EP - 2010/12/29 - Gaudium Press
O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso. Porque provém de Deus e para ele caminha, o homem só vive uma vida plenamente humana se viver livremente sua relação com Deus. O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade:
"Quando eu estiver inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por inteiro, minha vida será verdadeira" (Santo Agostinho., Conf. 10,28,39). (CATECISMO, 2001: 26)
"O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso" (CATECISMO, 2001: 26). Por natureza porque tendo sede do infinito, nunca se satisfaz inteiramente com as criaturas que se lhe apresentam pelos sentidos, por serem estas relativas e finitas. O homem tem sede natural de algo absoluto e transcendente que o tome por inteiro, em todas as suas potências, e na própria essência mesma de sua alma de modo eterno e infinito.
Por vocação, pois se o mesmo Deus criou a humanidade com esse instinto que a estimula a procurá-lo é porque de fato deseja que o faça, visto ser próprio da Sabedoria Divina não fazer nada sem uma finalidade. Esse desejo do absoluto no homem constitui, portanto, um chamado posto em sua própria natureza, sendo um sinal infalível de sua vocação religiosa.
Levando em consideração o que foi dito acima, fica fácil compreendermos o que é afirmado no parágrafo seguinte: "O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade". (CATECISMO, 2001: 26)
Eis o que demonstra a este respeito São Tomás:
"A beatitude última e perfeita, não pode estar senão na visão da divina essência, para a evidência do que duas cousas se devem considerar. A primeira é que o homem não é perfeitamente feliz, enquanto lhe resta algo a desejar e a buscar. A segunda é que a perfeição é relativa à natureza do seu objecto. Ora, o objecto do intelecto é a quididade, i.é, a essência da cousa, como diz Aristóteles. Por onde, a perfeição do intelecto esta na razão directa do seu conhecimento da essência de uma cousa. De um intelecto, pois, que conhece a essência de um efeito sem poder conhecer, por ele, o que a causa essencialmente é, não se diz que atinge a causa em sim mesma, embora possa, pelo efeito, saber se ela existe. Por onde, permanece naturalmente no homem o desejo de também saber o que é a causa, depois de conhecido o efeito e de sabido que tem causa. E tal desejo é o de admiração e provoca a indagação, como diz Aristóteles. [...] Se, pois, o intelecto humano, conhecendo a essência de um efeito criado, somente souber que Deus existe, a sua perfeição ainda não atingiu a causa primeira. E assim, terá sua perfeição pela união com Deus como o objeto em que só consiste a beatitude do homem conforme já se disse". (AQUINO, I-II Q. 3, A. 8, REP, 1980: 1057 , grifo nosso)
Entretanto, embora Deus tenha criado a humanidade com tais anseios naturais, estes são insuficientes para produzir de um modo perfeito esta relação, pela incapacidade da natureza humana acrescida pelas consequências do pecado original. É o que afirma o Doutor Angélico a respeito da Doutrina Sagrada:
"Para a salvação do homem, é necessária uma doutrina, conforme à revelação divina, além das filosóficas, pesquisadas pela razão humana. Porque, primeiramente o homem é por Deus ordenado a um fim que lhe excede a compreensão racional [...]. Ora, o fim deve ser previamente conhecido pelos homens, que para ele têm de ordenar as intenções e atos. De sorte que, para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, tornarem-se-lhe conhecidas certas verdades superiores à razão. Mas também, naquilo que de Deus pode ser investigado pela razão humana, foi necessário ser o homem instruído pela revelação divina. Porque a verdade sobre Deus, exarada pela razão, por poucos chegaria aos homens, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros". ( AQUINO, I Q. 1, A1, REP, 1980: 2)
Faz-se necessária, portanto, uma intervenção da própria Divindade, revelando-se em seu Mistério Trinitário como afirma o Catecismo (2001: 27):
"Mediante a razão natural, o homem pode conhecer a Deus com certeza a partir de suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento que o homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças, a da Revelação divina (Cf. Conc. Vaticano I: DS 3015). Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. Fá-lo revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo".
A respeito da finalidade dessa Revelação, eis o que acrescenta a mesma obra:
"Deus, que 'habita uma luz inacessível' (1Tm 6,16), quer comunicar sua própria vida divina aos homens, criados livremente por ele, para fazer deles, no seu Filho único, filhos adotivos (Cf. Ef 1,4-5). Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos". (CATECISMO, 2001: 28).
Como se observa no trecho acima, o fim da Revelação consiste no fato de o homem participar da própria vida divina, com os devidos socorros de Deus para torná-lo capaz de empresa tão além de suas forças. Essa vida divina faz com que a natureza humana torne-se intimamente unida a Deus, através da adoção filial, por meio de Jesus Cristo.
O motivo da Revelação é o amor de Deus: "Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem". (CATECISMO, 2001: 32).
Qual deve ser a resposta do homem a esse amor que Deus lhe manifesta pela Revelação? Encontrá-la-emos novamente no Catecismo (2001: 48): "A resposta adequada a este convite é a fé. Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus".
Tal fé como fundamento da santidade traz como consequência o agir corretamente, como está no Catecismo (2001: 468): "Quem crê em Cristo torna-se Filho de Deus. Esta adoção filial o transforma, propiciando-lhe seguir o exemplo de Cristo. Ela torna-o capaz de agir corretamente e de praticar o bem".
E o efeito dessa fé posta em obras de perfeição só pode ser o que vem em seguida, no mesmo trecho: "Em união com seu Salvador, o discípulo alcança a perfeição da caridade, a santidade. Amadurecida na graça, a vida moral desabrocha em vida eterna na glória do céu". (CATECISMO, 2001: 468, grifo nosso)
Em decorrência do que foi exposto acima, torna-se evidente que a Revelação é uma conclamação à santidade pronunciada pelo próprio Deus, e tal conclamação se dirige à universalidade dos homens e mulheres:
Fique bem claro que todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos pois se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir seus passos, tornando-se conformes à sua imagem, obedecendo em tudo à vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos da santidade no povo de Deus. (LUMEN GENTIUM, 2007: 223, grifo nosso)
Em Cristo Jesus somos todos chamados a pertencer à Igreja e, pela graça de Deus, a alcançar a santidade. (LUMEN GENTIUM,2007: 231)
A finalidade para a qual a Igreja propõe alguns desses fiéis que alcançaram a plenitude da vida cristã e já receberam o prêmio da bem-aventurança eterna à veneração pública está no seguinte fato, expresso nos trechos abaixo:
"Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis propondo-os como modelos e intercessores". (CATECISMO, 2001: 238, grifo nosso)
"De fato, os que alcançaram a pátria e estão presentes ao Senhor, por ele, com ele e nele intercedem continuamente junto ao Pai. Fazem valer os méritos que obtiveram pelo único mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, por terem servido em tudo ao Senhor e completado em sua própria carne a paixão de Cristo, em favor do corpo, que é a Igreja. Sua fraternidade solícita é assim um precioso auxílio para a nossa fraqueza.[...]".
A Igreja também sempre acreditou que os apóstolos e mártires de Cristo que, derramando seu sangue, deram o testemunho supremo de fé e de amor, estão particularmente unidos a nós. Por isso os venera com particular distinção, juntamente com a santa Virgem Maria e os santos anjos implorando piedosamente o auxílio de sua intercessão. A eles se unem imediatamente os que imitaram mais de perto a castidade e a pobreza de Cristo, seguidos de todos aqueles que se santificaram pela prática das virtudes cristãs e cujo carisma os recomenda á piedosa devoção e à imitação dos fiéis.
Ao contemplarmos a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, somos estimulados a considerar sob uma nova luz a busca da cidade futura. Em meio às inúmeras veredas deste mundo, aprendemos o caminho certo para chegar à santidade, que consiste na perfeita união com Cristo, segundo o estado e a condição de cada um. Deus manifesta com clareza aos homens sua presença e sua face através da vida daqueles que, iguais a nós na humanidade, foram transformados de maneira mais perfeita segundo a imagem de Cristo. Por eles, Deus nos fala, dá-nos um sinal de seu reino e nos atrai para a verdade do Evangelho, por uma imensa quantidade de testemunhas". (LUMEN GENTIUM, pp. 233-234)
Entretanto, esta santidade que é em sua essência a mesma em todos aqueles que dela participam, manifesta formas acidentais diferentes na diversidade dos santos. Esta verdade vimo-la expressa no trecho supracitado do documento Lumen Gentium, no qual se percebe uma hierarquia e alteridade de santidades através da enumeração sintética das diversas classes de santos veneradas pela Igreja.
É o que encontramos em Saint-Laurent (1997: 47, grifo nosso):
"Reina entre os santos uma admirável variedade. A virtude de um rei, como São Luís IX, não é igual à de um mendigo voluntário, como São Bento José Labre. A perfeição de um velho, como o grande Santo Antão do Deserto, não é a de um jovem, como Santo Estanislau Kostka. A santidade de um leigo, não é a de um sacerdote ou de um bispo. Cada um desses heróis sublimes da vida cristã tem a sua própria fisionomia sobrenatural".
Existe, portanto, além de uma vocação à santidade que se refere à generalidade dos homens, um chamado específico para cada um, um modo de ser santo diverso para cada família de almas e para cada ser humano em sua individualidade.
Para finalizarmos este tópico citaremos uma bela passagem sobre este assunto de Garrigou-Lagrange (1938: 28-29), na qual ele dá uma definição de santidade de um modo bastante claro e expressivo, fazendo-a uma consequência lógica da vivência profunda e radical da fé, da qual procede o amor a Deus e ao próximo:
"Pode-se julgar a vida normal da santidade através de dois pontos de vista bem diferentes:
- Um, focalizando nossa natureza (...).
- Mas também tomando como referência os mistérios sobrenaturais da inabitação da Santíssima Trindade em nós, da Encarnação redentora e da Eucaristia.
Ora, esse último ponto de vista é o único que representa o juízo da sabedoria, per altissimam causam; o outro modo é pela ínfima causa [...]".
Se é verdade que a Santíssima Trindade habita em nós, que o Verbo se fez carne, que se oferece sacramentalmente por nós cada dia, na Missa e se dá a nós como alimento, se tudo isso é real, somente os santos que vivem dessa presença divina por conhecimento quase experimental frequente, e por um amor sempre crescente, em meio às obscuridades e dificuldades da vida, somente esses santos estão inteiramente em ordem. E a vida de íntima união com Deus, longe de se apresentar, no que tem de essencial, como coisa extraordinária em si, aparece como a única normal.
Antes de chegarmos a essa união, somos como pessoas ainda meio adormecidas, que não vivem suficientemente do tesouro imenso que nos foi dado, e das graças sempre novas concedidas aos que querem seguir generosamente a Nosso Senhor.
Por santidade entendemos uma união íntima com Deus, isto é, uma grande perfeição de amor de Deus e do próximo, perfeição que permanece sempre na vida normal, pois o preceito do amor não tem limites.
Para precisar ainda mais, diríamos que a santidade é o prelúdio normal imediato da vida no Céu, prelúdio que é realizado ou na Terra, antes da morte, ou no Purgatório, e que supõe que a alma está perfeitamente purificada, capaz de receber a visão beatífica.
Também percebemos no extrato acima que a condição normal da natureza humana é a santidade, pois, se por ordem entendemos a reta disposição das coisas segundo sua natureza e de acordo com determinado fim, devemos inferir que a verdadeira ordem para uma pessoa humana está na união com Deus, sua causa e sua finalidade.
Fonte: http://www.gaudiumpress.org/view/show/22237
A santidade nao é um Luxo, é uma necessidade
Os santos que a liturgia celebra, não são só aqueles canonizados pela Igreja e que se mencionam em nossos calendários. São todos os salvos que formam a Jerusalém celeste. Falando dos santos, São Bernardo dizia: «Não sejamos preguiçosos em imitar a quem estamos felizes de celebrar». É, portanto, a ocasião ideal para refletir no «chamado universal de todos os cristãos à santidade».
A primeira coisa que se deve fazer, quando se fala de santidade, é libertar esta palavra do medo que inspira, devido a certas representações equivocadas que nos fizeram dela. A santidade pode comportar fenômenos extraordinários, mas não se identifica com eles. Se todos estão chamados à santidade é porque, entendida adequadamente, está ao alcance de todos, faz parte da normalidade da vida cristã.
Deus é o «único santo» e «a fonte de toda santidade». Quando se aproxima para ver como o homem entra na esfera da santidade de Deus e o que significa ser santo, aparece imediatamente a preponderância, no Antigo Testamento, da idéia ritualista. Os meios da santidade de Deus são objetos, lugares, ritos prescrições. Escutam-se, é verdade, especialmente nos profetas e nos salmos, vozes diferentes, morais, mas são vozes que permanecem isoladas. Ainda em tempos de Jesus prevalecia entre os fariseus a idéia de que a santidade e a justiça consistem na pureza ritual e na observância escrupulosa da Lei.
Ao passar ao Novo Testamento, assistimos a mudanças profundas. A santidade não reside nas mãos, mas no coração; não se decide fora, mas dentro do homem, e se resume na caridade. Os mediadores da santidade de Deus não são lugares (o templo de Jerusalém ou o monte das Bem-aventuranças), ritos, objetos e leis, mas uma pessoa, Jesus Cristo. Em Jesus Cristo está a santidade de Deus que nos chega em pessoa, não é uma distante reverberação suja. Ele é «o Santo de Deus» (João 6, 69).
De duas maneiras entramos em contato com a santidade de Cristo e esta se comunica a nós: por apropriação e por imitação. A santidade é antes de tudo dom, graça. Já que pertencemos a Cristo mais que a nós mesmos, havendo sido «comprados a grande preço», disso segue-se que, inversamente, a santidade de Cristo nos pertence mais que nossa própria santidade. Estas são as asas da santidade.
Paulo nos ensina como se dá este «golpe de audácia» quando declara solenemente que não quer ser encontrado com uma justiça suja, ou santidade derivada da observância da lei, mas unicamente com aquela que deriva da fé em Cristo (Fil 3, 5-10). Cristo, diz, se tornou para nós «justiça, santificação e redenção» (1 Cor 1, 30). «Para nós»: portanto, podemos reclamar sua santidade como nossa para todos os efeitos.
Junto a este meio fundamental da fé e dos sacramentos, deve encontrar lugar também a imitação, isto é, o esforço pessoal e as boas obras. Não como meio desgarrado e diferente, mas como o único meio adequado para manifestar a fé, traduzindo-a em ato. Quando Paulo escreve: «Esta é a vontade de Deus: vossa santificação», está claro que entende precisamente esta santidade como fruto do compromisso pessoal. Acrescenta, de fato, como para explicar em que consiste a santificação da qual está falando: «que vos afasteis da fornicação, que cada um saiba possuir seu corpo com santidade e honra» (1 Ts 4, 3-9).
«Não há senão uma tristeza: a de não ser santos», dizia Leon Bloy, e tinha razão a Madre Teresa quando, a um jornalista que lhe perguntou à queima-roupa o que ela sentia ao ser aclamada santa por todo mundo, disse: «A santidade não é um luxo, é uma necessidade».
Comentário Pelo Pe. Raniero Cantalamessa
A primeira coisa que se deve fazer, quando se fala de santidade, é libertar esta palavra do medo que inspira, devido a certas representações equivocadas que nos fizeram dela. A santidade pode comportar fenômenos extraordinários, mas não se identifica com eles. Se todos estão chamados à santidade é porque, entendida adequadamente, está ao alcance de todos, faz parte da normalidade da vida cristã.
Deus é o «único santo» e «a fonte de toda santidade». Quando se aproxima para ver como o homem entra na esfera da santidade de Deus e o que significa ser santo, aparece imediatamente a preponderância, no Antigo Testamento, da idéia ritualista. Os meios da santidade de Deus são objetos, lugares, ritos prescrições. Escutam-se, é verdade, especialmente nos profetas e nos salmos, vozes diferentes, morais, mas são vozes que permanecem isoladas. Ainda em tempos de Jesus prevalecia entre os fariseus a idéia de que a santidade e a justiça consistem na pureza ritual e na observância escrupulosa da Lei.
Ao passar ao Novo Testamento, assistimos a mudanças profundas. A santidade não reside nas mãos, mas no coração; não se decide fora, mas dentro do homem, e se resume na caridade. Os mediadores da santidade de Deus não são lugares (o templo de Jerusalém ou o monte das Bem-aventuranças), ritos, objetos e leis, mas uma pessoa, Jesus Cristo. Em Jesus Cristo está a santidade de Deus que nos chega em pessoa, não é uma distante reverberação suja. Ele é «o Santo de Deus» (João 6, 69).
De duas maneiras entramos em contato com a santidade de Cristo e esta se comunica a nós: por apropriação e por imitação. A santidade é antes de tudo dom, graça. Já que pertencemos a Cristo mais que a nós mesmos, havendo sido «comprados a grande preço», disso segue-se que, inversamente, a santidade de Cristo nos pertence mais que nossa própria santidade. Estas são as asas da santidade.
Paulo nos ensina como se dá este «golpe de audácia» quando declara solenemente que não quer ser encontrado com uma justiça suja, ou santidade derivada da observância da lei, mas unicamente com aquela que deriva da fé em Cristo (Fil 3, 5-10). Cristo, diz, se tornou para nós «justiça, santificação e redenção» (1 Cor 1, 30). «Para nós»: portanto, podemos reclamar sua santidade como nossa para todos os efeitos.
Junto a este meio fundamental da fé e dos sacramentos, deve encontrar lugar também a imitação, isto é, o esforço pessoal e as boas obras. Não como meio desgarrado e diferente, mas como o único meio adequado para manifestar a fé, traduzindo-a em ato. Quando Paulo escreve: «Esta é a vontade de Deus: vossa santificação», está claro que entende precisamente esta santidade como fruto do compromisso pessoal. Acrescenta, de fato, como para explicar em que consiste a santificação da qual está falando: «que vos afasteis da fornicação, que cada um saiba possuir seu corpo com santidade e honra» (1 Ts 4, 3-9).
«Não há senão uma tristeza: a de não ser santos», dizia Leon Bloy, e tinha razão a Madre Teresa quando, a um jornalista que lhe perguntou à queima-roupa o que ela sentia ao ser aclamada santa por todo mundo, disse: «A santidade não é um luxo, é uma necessidade».
Comentário Pelo Pe. Raniero Cantalamessa
A família cristã no mundo de hoje
Humberto L. Vieira Presidente da PROVIDAFAMÍLIA
Membro da Pontifícia Academia para a Vida.
Testemunhos:
Humberto L. Vieira Presidente da PROVIDAFAMÍLIA
Membro da Pontifícia Academia para a Vida.
O tema que nos foi proposto “A Família Cristã no Mundo de Hoje” requer uma reflexão a nível dos documentos da Igreja e a nível dos desafios a que a família cristã está exposta diante dos ataques que lhe são impostos pela denominada “cultura da morte”. Em verdade vários são os documentos da Igreja que tratam da família. Particularmente divulgados no pontificado de João Paulo II. A exortação apostólica “A missão da Família Cristã no mundo de hoje” a encíclica “Familiaris Consortio” e a recente “Cartas à Família constituem documentos atuais nos quais o Santo Padre expõe sua preocupação diante das ameaças a instituição da família e orienta os cristãos para a preservação do plano de Deus Criador e Redentor. Em verdade constitui um verdadeiro desafio para a família cristã nos dias atuais a rápida mudança social, a mudança dos costumes e dos hábitos, forçados pelo desenvolvimento tecnológico nem sempre orientado para uma vida familiar sadia.
Muito pelo contrário. O desenvolvimento das comunicações levou para nossos lares de um lado uma sensação de progresso, de outro o que podemos chamar de “lixo”, de veneno que aos poucos vai destruindo toda uma formação moral e ética em que se fundamenta os valores cristãos da sociedade. Com mentiras, meias-verdades e eufemismos os destuidores da família procuram levar muitas pessoas de boa fé a contribuírem com seus projetos. Querem um exemplo? A propaganda mentirosa do sexo seguro com “camisinha”.
Já é por demais conhecida a pesquisa que demonstra ser o preservativo ineficaz como preventivo da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. O virus da AIDS é 450 vezes menor que o espermatozóide. Os preservativos têm furos “poros”, “fissuras 50 a 500 vezes maior que o virus da AIDS. Não oferecem nenhuma segurança. Mesmo se considerasse apenas uma falha de 25%, isto é no caso de rompimento ou de mal uso não podíamos dizer que seu uso seria seguro. Vejam: se numa ponte aérea Brasília-Rio de cada 100 aviões 25 caíssem, poderíamos dizer que essa ponte aérea seria segura? Você tomaria um avião dessa ponte sem saber qual o que vai cair? É uma verdadeira roleta russa. Essa propaganda só tem um objetivo promover a promiscuidade sexual, o sexo livre, a gravidez na adolescência e o consequente aborto, a destruição de uma vida humana.
A família, hoje é condenada a conviver com novelas, filmes e programas de TV com os mais torpes desafios à formação moral de nossos filhos. As revistas pornográficas aumentam cada dia suas edições. Os artigos “plantados” nos jornais e revistas levam a deformação das consciências. A educação sexual hedonista já constitui programa nas escolas de nossos filhos. O que é de estarrecer é que tudo isso foi programado e bilhões de dólares são investidos por grupos e instituições interessadas na destruição da vida e da família. Não é por acaso que as coisas vêm acontecendo. Querem um exemplo? Há uns 30 anos tínhamos famílias numerosas com 6, 8, 12 e mais filhos. Hoje já não acontece assim. Quantos de vocês com idade abaixo de 30 anos planejam apenas 2 filhos? A grande maioria. Vocês sabem porque desejam apenas 2 ou 3 filhos? A resposta vocês vão encontrar nesse documento intitulado “Implicações do crescimento populacional para a segurança e os interesses externos dos Estado Unidos”, documento classificado como “Confidencial” sob o código NSSM 200. Esse documento assinado pelo então Secretário de Estado americano, Sr. Henry Kissinger condicionou todo um comportamento da atual geração. E já se prepara a próxima geração para ter apenas 2 filhos através da chamada “educação sexual” nas escolas.
Uma educação contrária a moral cristã porque prega a anticoncepção, o aborto o homossexualismo, o sexo livre e por aí vai. Os filhos são a bênção de Deus. Costumo dizer que cada filho vem com um pão debaixo do braço. A situação da família sempre melhora com a vinda de mais um filho. Ai de nós pais se não temos nossos filhos para olhar por nós na velhice! Não é o governo, nem a previdência social falida nem a aposentadoria que vai nos valer no fim de nossos dias. Mas os filhos que vão ser as escoras dos pais.
Testemunhos:
(Testemunho da Nancy).Temos 8 filhos: 4 homens e 4 mulheres; 3 já casados que nos deram 8 netos. Sei que alguns poderiam pensar: é porque vocês tinham condições de criar. Na ocasião tinha as mesmas condições de muitos: Humberto era funcionário público e como funcionário não tinha o melhor salário. Mas Deus dá o frio conforme o cobertor. Hoje muitos não querem mais filhos não é porque não podem criar, mas por egoísmo, para não se privar do conforto, dos passeios, de um carro novo etc. Além disso a grande propaganda para o controle de nascimentos, a distribuição de compridos, DIUs além da esterilização em massa de mulheres tem levado a uma família pequena de apenas 2 filhos. Quando tínhamos apenas 3 filhos muitos me aconselhavam a fazer esterilização. Foi uma pressão enorme para que eu não tivesse mais filhos. Mas como casal cristão estávamos decididos a ter o número de filhos que Deus nos confiasse para criar.
(Testemunho do João). Estava me preparando para uma cirurgia de cálculo renal quando descobri que estava grávida de meu filho caçula. O médico aconselhou o aborto dizendo-me que eu corria risco de vida e este era um caso de aborto previsto na lei. Além disso argumentou que eu havia feito várias radiografias e provavelmente a criança nasceria com alguma deformação. Evidentemente nem eu nem meu marido concordamos em autorizar o aborto. Deixamos esse médico e procuramos um outro que acompanhou a gravidez e com 3 meses de grávida me operei do cálculo renal. João Paulo, nosso último filho, está hoje com 13 anos. Perfeito, sadio e já concluindo o 1º grau.
Mas os ataques à vida e à família não ficam só por ai. A própria instituição do casamento está em perigo. O reconhecimento da união estável com os mesmos direitos dos casados e a recente proposta de casamento entre homossexuais são exemplos de que a instituição familiar corre perigo! Não é fácil manter os valores cristãos da família nos dias de hoje! Desde a moda no vestir às novelas, sem falar nas drogas, na pressão de grupos, na propaganda do sexo livre, na propaganda do homossexualismo, sentimos impotentes diante de tudo isso para manter uma família cristã. Mas diante de tantos desafios os que fazer? A Igreja, mestra e mãe tem respondido a essas indagações com os documentos que devem ser lidos e meditados por todos nós. O Santo Padre, João Paulo II não se cansa de falar desses males de nosso tempo e que ele denominou de “cultura da morte” que visa não só destruir a família, senão a própria vida no nascedouro, pelo aborto. Quando o Papa afirma que o futuro da humanidade está em perigo ele está preocupado com a destruição da família e da vida em face de todos esses atentados. Mas nem só os documentos servem de orientação. A família cristã deve está alicerçada da leitura do Evangelho, da oração em família, da frequência aos sacramentos, notadamente os sacramentos da Penitência e da Eucaristia. Muitos já não se rezam mais o terço, não se vai à missa, nem mesmo aos domingos, não se ensina os filhos a rezar. Depois se queixam de que os filhos perderam a fé, não obedecem mais os pais, nem querem mais saber de ir à missa aos domingos. A fé, como o corpo tem de ser alimentada. Alimenta-se a fé com orações, com a leitura do evangelho, com a eucaristia, com a penitência, com o jejum, os exercícios espirituais.
Meus irmãos não é fácil ser família cristã nos dias de hoje! Não é fácil quando a televisão invade nossos lares com imagens de nudismo e histórias que pregam a imoralidade. Não é fácil quando a droga está nas portas das escolas de nossos filhos. Não é fácil quando a jovem é pressionada pela sociedade a abortar um filho que não estava programado e foi fruto do sexo livre. Mas é possível desde que sigamos os ensinamentos da Igreja e não nos afastamos da oração. Família, santuário da vida; família berço da vida.são expressões usadas pelo Papa João Paulo II para expressar sua estima pela família e pelos filhos.
Quando há justa razões admite-se a Encíclica “Humanae Vitae” a regulação da fertilidade, isto é evitar filho pelos métodos naturais de planejaemnto familiar. O uso do metodo da ovulação e da temperatura basal não contraria a natureza e nem tem efeitos colaterais. Estão abertos à vida e por isso são métodos lícitos. Concluindo, meus irmãos, podemos dizer que não é fácil manter uma família cristã nos dias de hoje diante dos desafios que a família enfrenta. Peçamos ao Senhor e à sua Mãe Santíssima que preservem a família, com preservou a de Nazaré para que nossos filhos e netos possam conhecer a unidade familiar que nos legou nossos pais
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