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Padres pedem a bispo que Padre Paulo se cale

Em carta endereçada a arcebispo, 27 padres pedem que Padre Paulo Ricardo Azevedo seja proibido de pregar 

Dom Milton Santos, arcebispo de Cuiabá: “Um bispo não existe para condenar”, limitou-se a dizer sobre o ataque ao Padre Paulo Ricardo
ORLANDO MORAIS JR
Da Reportagem do diario de cuiaba

Quando fala de entidades que trabalham contra o Cristianismo Tradicional, o Padre Paulo Ricardo Azevedo dá nomes: Pastoral da Terra e movimentos mais radicais, como a Teologia da Libertação, os Conselhos Indigenistas e certas facções das Comunidades Eclesiais de Base. “Nos últimos anos, as pessoas que representam esse movimento revolucionário, infiltradas dentro da Igreja, conseguiram criar uma espécie de mordaça do politicamente correto”, diz o padre.


Um exemplo muito claro, segundo ele, se deu quando o Papa Bento XVI, em dezembro de 2009, condenou, mais uma vez, a Teologia da Libertação. “Ele fez essa condenação num discurso aos bispos do Brasil. No entanto, toda a imprensa e setores enormes da Igreja silenciaram”, diz o padre. Segundo ele, a Igreja precisa mais de excomunhões do que de conversões. “Nós precisamos colocar uma série de pessoas para fora para poder crer em paz”.

Por sua pregação, Padre Paulo vem colecionando inimigos dentro da Igreja. Até então, os padres simpatizantes da Teologia da Libertação, e de um suposto “socialismo mais light”, falavam mal dele apenas internamente. Após a realização do evento católico Vinde e Vede, em que Padre Paulo condenou veementemente os maus padres, a reação foi uma carta endereçada ao arcebispo de Cuiabá, Dom Milton Santos, em que 27 padres pedem, nada mais, nada menos, que o bispo condene Padre Paulo a se calar. “que ele (...) seja imediatamente afastado das atividades de magistério (...) que seja afastado de todos os meios de comunicação social em todo e qualquer suporte\\\", pede a carta. Nela, os padres dizem ainda que Padre Paulo tem problema mental e é um infeliz, além de outras ofensas.

Os padres divulgaram a carta por email, mas não revelaram quem havia assinado. Sites católicos descobriram que dois deles seriam Júlio Paulino da Silva e Paulo Rocha, ambos da Paróquia do Imaculado Coração, no CPA IV, em Cuiabá. Eles foram procurados, mas não foram encontrados para falar. Ontem apenas o pároco, padre Deusdédit de Almeida, estava por lá. Disse que não iria comentar a polêmica, mas que ele mesmo estava neutro na história.

A reação de fiéis, porém, foi imediata e de total apoio a Padre Paulo. Até a tarde de ontem, mais de 12,1 mil pessoas haviam manifestado apoio a ele no site www.peticoesonline.com.

“É uma aberração o que querem fazer com Padre Paulo. Ele que nos ensinou a respeitar cada vez mais a vida sacerdotal, ele que sempre foi um ícone na Arquidiocese de Cuiabá, é lamentável que precisem fazer calar a voz da verdade para não se sentirem incomodados”, diz a fiel Maria Dasgraças de Oliveira.

Dom Milton Santos, por sua vez, não quis tomar partido. Disse que se tratava de “uma questão de família” e, portanto, seria resolvida internamente. Não disse nem que gosta e nem que não gosta das pregações de Padre Paulo. “Tenho carinho por ele – e um bispo não existe para condenar”, afirmou, encaminhando o repórter para o site da Arquidiocese, onde deixou uma mensagem que pouco informa sobre o caso em si. Em tempos em que milhares de fiéis olham as rusgas dentro e fora da Igreja com olhos de apreensão, soou quase como um incômodo um silêncio sepulcral

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