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Oração, exercício que fortifica a fé
Deus não é uma "ideia". Deus é uma pessoa com a qual nos encontramos. Ou melhor, são três pessoas com as quais nos encontramos: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Às vezes você tem que fazer força para ir a Santa Missa aos domingos, tem que fazer força para rezar e assim por diante. Mas, para a má notícia chegar até nós, não é preciso fazer força. Não é necessário qualquer esforço.
Não é preciso esforço para perder a própria fé. Basta que sejamos envolvidos por tantas más notícias: é o desemprego na nossa família, um parente que está muito doente, uma traição dentro do lar, enfim, tantas más notícias que nos atingem e machucam o nosso coração.
Você já fez a experiência de receber uma má notícia tão grande que você fica “sem chão”? Uma espada “transpassa a sua alma”, assim como Simeão disse a Maria. Veja: a nossa família é ferida por inúmeras más notícias e, para suportá-las, é preciso ter fé. Mas o que é ter fé?
Precisamos entender, em primeiro lugar, o que é ter fé. Eu vou trazer para você verdades que não se pode negar e, para isso, não é preciso que você acredite no padre Paulo.
Primeiro: o bem e o mal se apresentam em nossas vidas de formas diferentes. O mal faz barulho. Já para você “enxergar” o bem é preciso fazer um esforço. Um exemplo disso é a nossa saúde. Quando você está bem de saúde, você precisa parar para daí perceber que está bem de saúde. Não é verdade? Quando estamos bem de saúde, nem notamos isso! Mas quando ficamos doentes daí percebemos com facilidade. Os sintomas surgem. A doença, o mal, é fácil de ser notado em nossas vidas.
São Pio de Pietrelcina diz: “Às vezes Deus não dá as graças que pedimos a Ele porque somos ingratos. E Deus não quer que pequemos por ingratidão”. Ou seja, Deus nos dá a graça uma vez, duas vezes, três vezes, mas como você é um sujeito ingrato, que não reconhece os favores d'Ele em sua vida, então aquilo que você pediu não se concretiza mais. E por quê? Porque Ele não quer que você se perca. Ele não quer que você peque pela ingratidão.
Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta inteira que está crescendo. As coisas ruins sempre fazem barulho. Portanto, para crescer na fé, é necessário esforço para perceber as coisas boas. Nós somos cegos para o bem. Temos os "olhos grandes" para aquilo que é ruim. Mas, para as coisas boas, existe uma “escama” que cobre os nossos olhos. E daí pecamos pela ingratidão a Deus.
Precisamos ser realistas. E o realista não é um pessimista. O pessimista é aquele que vê as árvores e diz: “Mas um dia elas vão cair!”. O realista é aquele que vê a vida como ela é. E, na vida, o bem é sempre maior que o mal. No entanto, o bem é silencioso e o mal é clamoroso. O mal gosta de fazer barulho.
Segunda coisa para exercitar sua fé: por mais que o mundo esteja bom, você nunca se dá por satisfeito. Aos casados eu quero dizer algo importante: a maioria dos casais se casa pela razão errada. A maioria diz: “Eu quero casar para ser feliz!” Mas não é o seu marido, não é a sua esposa que vai te dar a plena felicidade. Só Deus pode te dar a plena felicidade. Você não pode negar isto: assim como dois mais dois é igual a quatro (e você não tem como negar esta verdade) eu peço a você, ao menos “cinco minutos de sinceridade”, mesmo que você faça uma “cena” e não concorde com o que eu estou dizendo, perceba que por mais que você conquiste coisas na vida, você nunca se dá por satisfeito. Há um vazio interior. Você namora, noiva e diz: “Quando eu me casar eu vou ser feliz!” Daí se casa e a felicidade não chega. Então você pensa: “Preciso de um filho, então eu serei feliz!” O filho vem e a felicidade não chega! Os anos passam e a gente começa a pensar: “A vida é só isso?” E então culpamos o marido, a esposa, pela nossa infelicidade. Mas não se trata de ficar culpando aos outros. A nossa alma permanecerá inquieta enquanto não repousar em Deus. Há uma prova cabal de que este mundo é até “bonzinho”, mas jamais poderá nos preencher de felicidade. Só em Deus encontramos a plena felicidade.
Imagine você indo almoçar na casa de alguém e, logo no início, é oferecido a você um monte de “tira-gosto”. Isso é gostoso. Mas, o “tira-gosto” só é gostoso quando tem o banquete depois. Mas, se a pessoa que te convidou diz que a panela “queimou” e que você só vai comer “tira-gosto”, o que antes era uma boa notícia se torna agora uma péssima notícia. Se você comer só “tira-gosto” vai sentir uma azia daquelas! O banquete se faz necessário. A nossa vida, aqui na terra, é este “tira-gosto” para o grande banquete que nos espera no céu!
Se a família não olha para o céu, ela se destrói! Não é para este mundo a felicidade completa. Basta “cinco minutos de sinceridade” para você perceber que a nossa vida, aqui na terra, não tem como preencher plenamente o nosso anseio por felicidade.
Você nota que as pessoas que “sugam” esta vida como se ela fosse uma laranja não são verdadeiramente felizes. O dinheiro, o sexo desregrado, o vício, aparentam dar a felicidade. Mas é uma felicidade fugaz, passageira.
O passo da fé consiste em que Deus veio para nos dizer que este mundo não é uma “piada de mau gosto”. Não estamos “jogados” nesta vida. Não estamos abandonados nela. Deus veio nos buscar. A vida é boa! A vida é bonita! A vida é bela! Mas ela é uma promessa. Uma preparação para a verdadeira felicidade reservada para nós na eternidade. As pequenas felicidades que temos em nossas famílias é uma promessa para a plena felicidade que teremos no céu!
No céu a nossa sede será saciada. A nossa fome não mais existirá . Mas, para isso, é preciso aqui na terra ter fé. É necessária a prática da fé. E a prática da fé chama-se oração. Quem não ora perde a fé. Se você não ora, não consegue enxergar as coisas boas de Deus.
A oração que exercita, que alimenta a nossa fé, é aquela que busca uma verdadeira ação de Deus. Quando eu me encontro com Deus, e espero que Ele aja, isto exercita minha fé. A oração não é dar um “recadinho” para Deus. Mas é preciso rezar esperando que Deus aja.
Deus é uma pessoa. Portanto, a nossa oração consiste num diálogo com o Senhor. Não é só você falando o tempo inteiro, Deus também quer falar com você. Veja: o sentimento “evapora”, o que fica é o amor. Você não precisa “sentir” para orar. No início da nossa conversão, os sentimentos vêm com força. Mas isto é no início da caminhada. Com o tempo, os sentimentos passam. É o mesmo que se dá no casamento: os sentimentos passam, mas fica a aliança, o amor. Não é verdade?
Deus quer falar conosco. E Ele fala a nós através da Sua Palavra. É preciso ter este contato com a Palavra de Deus.
Para o exercício da oração não precisamos de sentimentos. É dizer para o Senhor: “Estou aqui diante de vós, Senhor! Eu não sinto nada, mas sei que o Senhor me ama e eu também vos amo”.
A oração não é ir a uma capela e ficar pensando em Deus. Pensar em Deus é meditação e não oração! Oração é conversar com Deus. Ele é uma pessoa. Oração é falar com o Senhor e, para isso, eu não preciso ter “arrepios místicos”. Mesmo que não sintamos nada na oração, o importante é ter esta certeza: Deus me ama sempre.
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